Os casos de ferritina baixa são mais comuns em mulheres, já que a principal causa de perda de ferro neste caso é o sangue menstrual. Dessa forma em mulheres com irregularidade menstrual ou fluxo menstrual intenso este problema é bastante relevante. As outras causas de ferritina baixa podem ocorrer tanto em homens como mulheres: perda por via digestiva (gastrite, úlceras, pólipos intestinais, hemorróidas ou tumores do sistema digestivo) ou via urinária (cálculos renais, traumatismos, tumores). Ou seja – diante de um casos de ferritina baixa o paciente deve ser INVESTIGADO!
Outra causa dessa deficiência cada vez mais comum é a chamada DISBIOSE INTESTINAL, que é um desequilíbrio da flora bacteriana intestinal. A disbiose geralmente ocorre devido à má alimentação, obesidade, uso de antibióticos ou consumo de alimentos inadequados em grupos específicos (ex.: intolerância à lactose, ao glúten, alergias ou intolerâncias alimentares não corretamente tratadas).
Existem também situações pós cirúrgicas que cursam com diminuição da ferritina: pós cirurgia bariátrica, pós cirurgias de grande porte, internamentos prolongados ou cirurgias plásticas com grande retirada de gordura.
A gestação também é uma causa de ferritina baixa, já que o consumo de ferro pelo feto via placenta é bastante elevado, podendo reduzir as reservas maternas.
Também pode ocorrer em crianças, geralmente relacionada à má alimentação. Nas crianças os sintomas são diferentes daqueles observados nos adultos: diminuição da velocidade de crescimento, desatenção, baixo rendimento na escola.
Sintomas de Ferritina Baixa
Nas crianças os sintomas são diferentes daqueles observados nos adultos: diminuição da velocidade de crescimento, desatenção, baixo rendimento na escola.
Os sintomas nos adultos são de fraqueza generalizada, queda de cabelo, unhas fracas, sonolência, diminuição no rendimento físico, perda de memória, todos dependendo do grau de deficiência – níveis mais baixos de ferritina geram sintomas mais exacerbados.
Tratamento da Ferritina Baixa
Uma vez identificada a causa da perda de ferro, deve-se tratar a causa-base e proceder a reposição do ferro. Os valores de referência laboratoriais enganam muito, visto que consideram valores “normais” a partir de 6ng/dl, o que é totalmente incompatível com os sintomas observados nesses pacientes. O consenso entre endocrinologistas, dermatologistas e nutrólogos é um valor de ferritina ideal acima de 70-80ng/dl. O ferro também tem como particularidade sua baixa absorção pelo trato gastrointestinal. Estima-se que apenas 2% do ferro ingerido seja de fato absorvido pelo organismo. Dessa forma nem sempre uma intervenção meramente alimentar garante a normalização da ferritina, sendo necessário o uso de medicação apropriada.
Dessa forma, se a deficiência for leve (ferritina acima de 50-60ng/dl) pode-se tentar a reposição do ferro por via oral, preferencialmente na forma quelatada e acompanhada da reposição do ácido fólico e das vitaminas do complexo B. O ferro por via oral pode trazer distúrbios intestinais, obstipação, mudança na coloração das fezes. Por este motivo quando encontramos valores inferiores a 50ng/dl ou pacientes com problemas gastrointestinais crônicos preferimos realizar a reposição pela via endovenosa, que é rápida, prática e praticamente isenta de efeitos colaterais quando realizada com a técnica correta e pessoal treinado.
Logo após reposto o ferro, novos exames são realizados após 60 dias para verificarmos se os níveis repostos atingiram as metas estabelecidas. Após isto um tratamento de manutenção é estabelecido para mantermos não somente ferro, mas outras vitaminas em níveis ideais de controle.
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