A obesidade infantil é um assunto sério que vem desafiando os pais e também os educadores de maneira geral. De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, mais de 16% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos sofrem com o sobrepeso, sendo que 5,22% já possuem obesidade grave.
A ingestão de alimentos industrializados e o fato das crianças ficarem boa parte de seu tempo em frente a TV, computadores e celulares podem ser as principais causas do problema.
O que é a obesidade infantil?
A OMS ( Organização Mundial da Saúde) caracteriza a obesidade infantil quando a criança tem um peso 15% acima do que é correto de acordo com sua faixa etária.
O grande problema dessa condição são as consequências que elas podem trazer para a saúde dessa população que está no começo da vida. Por isso, é importante que toda a família e demais pessoas envolvidas como pedagogos busquem orientação para ajudar a população a combater esse problema que só cresce no país e no mundo.
De acordo com o Portal da Educação, no Brasil, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos.
Para se ter uma ideia, desde a década de 70, a obesidade entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos era de 11 milhões, hoje está em 124 milhões. Os números são alarmantes.
Quais são as causas?
A obesidade infantil tem muitas causas, entretanto, a principal delas está interligada com o estilo de vida das famílias. As crianças assumem rapidamente os hábitos dos pais com relação à alimentação e também, ao sedentarismo, por isso, é fundamental fazer uma análise profunda com relação a isso.
• Alimentação
Há algumas décadas atrás, a alimentação das pessoas era mais caseira. A modernidade trouxe muitos avanços, entre elas as comidas congeladas, os fast foods, deliverys e outros tipos de guloseimas muito atrativas para as pessoas, especialmente para as crianças.
Esse consumo acentuado de comida industrializada tem impactado a saúde das crianças, pois os biscoitos, bolachas recheadas, salgadinhos, sucos de caixinha, chocolates e outros lanchinhos fáceis estão presentes no intervalo das escolas.
• Atividade física
Em paralelo a má alimentação, vem a falta de atividade física. As crianças de hoje são mais ociosas, elas não tem uma vida ativa como as crianças da década de 70 por exemplo.
Não existem mais brincadeiras nas ruas, jogos e exercícios para que elas possam gastar energia. Essa geração não anda de bicicleta, não joga bola, não corre.
As coisas mudaram bastante, por isso, a obesidade infantil cresce. As brincadeiras são em frente a uma tela de computador ou celular e muitas vezes, acompanhada de um petisco.
Com horas de atividade física reduzida e mais comida na mesa, não há déficit calórico. Com isso, as calorias são economizadas e viram gordura no corpo.
• Questões emocionais
Crianças mais presas dentro de casa por causa da violência e com atividades paradas podem gerar a doença do século, a famosa ansiedade.
Os fatores emocionais pesam muito e acabam ditando regras na hora de se alimentar favorecendo a compulsão.
Por isso, as crianças que apresentarem sintomas como: timidez excessiva, depressão e comportamento exagerado na hora de comer devem ser avaliadas por um médico.
• Determinados medicamentos
A obesidade infantil também pode ser o reflexo do uso frequente de alguns remédios, a exemplo disso estão os corticóides usados em caso de doenças auto imunes.
Por isso, essas crianças devem ser acompanhadas por um médico.
Tratamento da obesidade infantil
Diagnosticar e tratar a obesidade infantil é de suma importância, pois esse problema pode gerar outros como: pressão alta, diabetes, colesterol descontrolado, má formação da estrutura óssea e diminuição na expectativa de vida.
Outro problema enfrentado pelas crianças obesas é o bullying na escola, alguns não sabem lidar com isso e começam a ter reflexos emocionais como estresse e ansiedade.
Os pais precisam ficar atentos aos seus filhos, ao se deparar com mudanças na fome e no peso, é essencial levar ao médico para iniciar um tratamento.
O primeiro passo é rastrear a causa, posteriormente, serão fornecidas orientações sobre a mudança de hábitos que vai envolver dieta, atividade física e outras condutas que o profissional médico achar necessário.
Para muitos pais é um grande desafio manter o peso dos filhos, entretanto, quanto mais cedo essa mudança de hábitos ocorrerem, mais fácil as crianças se adaptam.
Porém, é preciso enfatizar que a mudança de hábitos deve abranger toda a família e não somente a criança.
Embasar a alimentação em comida de verdade e reduzir os industrializados fará uma grande diferença na disposição, emocional e saúde de todos.
Dependendo da causa, uma equipe multidisciplinar poderá ser indicada para tratar o problema, geralmente formado por endocrinologista, nutricionista e psicóloga.
Como prevenir a obesidade infantil?
A altura e peso das crianças devem ser sempre acompanhadas, o cálculo do IMC ( Índice de Massa Corpórea) é uma forma de medir se existe ou não obesidade infantil.
Geralmente isso é feito pelo médico que acompanha a criança. Na maioria dos casos, a reeducação alimentar e a indicação de atividade física são o suficiente para reverter os casos.
Contudo, existem casos mais graves que podem exigir outros procedimentos.
Durante a investigação, são analisados o histórico da criança e da família com relação a obesidade e doenças crônicas.
O papel essencial dos pais nessa jornada são:
- Observação do comportamento da criança, bem como seus sintomas;
- Levar o filho (a) ao médico fazer consultas de rotina pelo menos uma vez ao ano;
- Fornecer refeições saudáveis;
- Dar o exemplo aos filhos com relação a alimentação;
- Eliminar guloseimas e porcarias;
- Estimular a atividade física e outras práticas saudáveis;
- Reduzir a cultura do doce, salgadinho e refrigerante;
A obesidade infantil está relacionada com o aparecimento precoce de muitas doenças crônicas. O cuidado precoce pode salvar a vida da criança.
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